quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Educação



Quanto antes melhor

O mercado de trabalho exige cada vez mais diferencial. E a corrida por qualificação está começando cada vez mais cedo. Se alguns anos atrás, estudar inglês era considerado supérfluo hoje é cada vez mais comum encontrar crianças que mal saíram do jardim de infância nos cursos de idiomas. Afinal? Existe fundamento para a idéia de que crianças realmente aprendem línguas mais facilmente?
Segundo a professora Luciana Monteiro, que há 12 anos trabalha com o ensino de inglês para crianças, crianças expostas a um ou vários códigos lingüísticos ainda na primeira infância, desenvolvem o pensamento abstrato, além de terem um incrível ganho cultural e social.
“ Crianças até os 4 anos, possuem as chamadas “janelas” do conhecimento . Tudo o que vêem, aprendem instantaneamente. A partir desta idade, a língua mãe já está estruturada como código principal, e as janelas começam a se fechar. Elas aprenderão outros idiomas, certamente, mas não com a mesma facilidade”.
A escola Open Doors, da qual Luciana é orientadora pedagógica, tem tido muito sucesso com um programa de ensino voltado às crianças não alfabetizadas, utilizando um método bastante lúdico, criativo e interessante para captar a atenção e despertar a paixão dos pequenos pelo idioma. (Foto abaixo). A escola iniciou um projeto piloto com crianças em torno de 1 ano e meio e segundo Luciana, está tendo resultados bastante positivos.
Para os pais que desejam um programa ainda mais intensivo, há a opção das chamadas escolas bilíngües, que geralmente seguem um currículo diferente, completamente ministrado no segundo idioma. A estudante de pedagogia, Susie Soares conta que optou por colocar o filho Yohan, de oito anos, numa escola bilíngüe porque deseja fazer uma pós-graduação na França em 2009, e quer que o filho se sinta confortável com o novo idioma. Ela diz que Yohan sofreu um pouco com a adaptação, mas hoje está bastante feliz na nova escola:
“No inicio, estava um pouco 'observateur', como foi colocado pela diretora Mireille, que é francesa. Não se entrosava muito, e ficava 'na dele'. Não compreendia nada das aulas de historia, geografia e até matemática que são também ministradas em francês. Quando eu falava com ele em francês, ele tinha uma barreira grande, não queria ouvir. Mas após o primeiro semestre, ele foi se identificando, e agora está gostando muito. Já consegue se expressar, fez novos amigos, alguns franceses, e nem se importa mais em trocar frases em francês comigo.”
Na hora de decidir se chegou o momento certo para os seus pequenos, o mais importante é respeitar os limites de cada uma e evitar forçar a nova situação. Vale lembrar que crianças aprendem mais quando se sentem estimuladas e felizes.
Texto e fotos: Marina Ramalho

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