quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Psicologia - Free Speech Zone


O sexo dos anjos I


Uma das coisas mais difíceis no trabalho com crianças – seja ele qual for – é que elas nos colocam frente às nossas dificuldades mais íntimas e desconhecidas. E uma das dificuldades que costumam ser relatadas por quem se ocupa das crianças é em relação à sexualidade. Por que é tão difícil?
Esse é um capítulo muito extenso e complexo (porque complexa é a sexualidade humana) e me ocuparei no momento de um caso, que é o caso de muitos.
Uma colega que atualmente é au pair comentou comigo que já se percebeu que a criança da qual ela cuida se masturba. A criança tem cinco anos e isso a desconcertou. “Ela é muito pequena para essas coisas” ela disse. O que ela fez? Fez de conta que não viu. A criança sabe que ela viu, e ela sabe que viu. Diante disso, o que fazer?
A criança que descobre que sim, existem partes desconhecidas no seu corpo e sim, mexer nelas pode ser divertido e estranho, precisa ser orientada. Precisa saber que aquilo é normal, acontece com todo mundo, mas que é feito dentro de ambientes privados.
A sexualidade infantil precisa ser cuidada, orientada, e tratada com toda a naturalidade que for possível a quem está se ocupando dela. Nomear as coisas, falar sobre o assunto quando ele surge não é estimular precocemente. É permitir que esse assunto não se torne mais tabu do que já é naturalmente.
Recentemente vi uma menina de nove anos, vestida com uma roupinha sexy de diabinha numa festinha de Halloween da escola e sua mãe dizendo que tirasse fotos com o tridente que ela carregava, fazendo poses dignas de um ensaio fotográfico para a Playboy tween. Vai chegar a hora de ser sexy, de fazer poses e tudo mais. Deixar que uma criança se exponha assim não é ser moderna ou estar “O.K” com a sexualidade da filha, é estimular algo que a criança não está pronta para lidar. O momento vai chegar, mas precisa ser agora?

Aguardo seus comentários e se quiserem compartilhar, seus causos.
Até a próxima.

Aline Maia – nineb@hotmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, este é um tema muito difícil de se trabalhar com os filhos. Tem hora certa para a famosa "conversa"?