quarta-feira, 31 de outubro de 2007
O MAAT agora é internacional. / MAAT goes international
Spending our time (Enchendo Lingüiça)
About two weeks ago, I heard the following statement from a 10 year old boy whose parents are separated: “ My dad doesn’t spend time with me. Every time I spend a day with him, instead of talking or doing something with me, we go to the beach and he hangs out with the grown ups. It’s the same as nothing.”
I was devastated. Not only by the boy’s situation, but by his perception that even though he spends time with his dad, this time is badly used. This week I’ll suggest an activity for busy parents interested in creating “their moment” with their children while stimulating a very healthy habit: Reading.
It doesn’t matter how old your children are, books can be an excellent instrument for bonding with them. The little ones who can’t read by themselves yet, will certainly love to have stories read to them, especially if the parents get in the mood and make up different voices, point out details in the pictures and stimulate their children’s logical thinking with questions about the story.
The older ones might enjoy a longer book, read with the parents, a chapter every night.
The whole group might take turns reading and in picking the next book. I had a very rewarding experience while taking turns to read with Sebastian, one of the children I cared for in Germany. Whenever we read in German, he would get two pages and I (due to my horrible pronunciation) one. We could look up the meaning of a new word together in the dictionary and sometimes we would dictate passages of the stories. When we decided to start reading Harry Potter in English during summer vacation, we inverted the amount of pages and a few days later, Klara, Sebastian’s 3 year old sister joined us in our reading sessions.
Let the children pick the next books, turn that trip to the bookstore or library into a hunting adventure! And maybe, why not suggesting they write their own stories and read it together later? Books can be used to work new concepts and ideas, stimulate imagination and abstract thinking and our little ones will only thank us for that! So? Are you ready for the next adventure?
Text and translation: Marina Ramalho
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Enchendo Lingüiça

Eu sou uma ferrenha defensora do “quality time” entre pais e filhos. Principalmente depois que cuidei de crianças alheias e percebi como significava para elas aquele nosso momento juntos, fosse ouvir uma estória na hora de ir para a cama, ou me ajudar a preparar o lanche ou assistir um filme juntos.
Há cerca de duas semanas ouvi o seguinte comentário de um menino de 10 anos, filho de pais separados: “ Meu pai nem passa tempo comigo. Toda vez que vou passar o dia com ele, ao invés de conversar ou fazer alguma coisa comigo, a gente sai para a praia e ele fica tomando cerveja. É o mesmo que nada.”
Fiquei arrasada. Não só com a situação do garoto, mas da sua percepção de que embora passe tempo com seu pai, este tempo é muito mal utilizado. No enchendo lingüiça de hoje darei uma sugestão de atividade para pais muito ocupados, interessados em criar o “seu momento” com os filhos e ainda por cima estimular um hábito muito saudável: Leitura.
Não importa a idade de seus filhos, livros podem ser um excelente instrumento de conexão com eles. Os que ainda não podem ler certamente gostarão de ouvir estórias principalmente se os pais entrarem na onda e criarem vozes diferentes, apontarem detalhes nas gravuras e estimularem o raciocínio dos pequenos com perguntas sobre a estória.
Já os mais velhos podem gostar de um livro um pouco mais longo, lido em conjunto com os pais, um capítulo por noite. Todos podem se revezar na leitura e escolha do livro seguinte.
Tive uma experiência muito gratificante ao fazer revezamento de leitura com Sebastian, uma das crianças de quem cuidei na Alemanha. Quando líamos em alemão ele costumava ler duas páginas e eu (devido à minha pronúncia terrível) uma só. Procurávamos juntos no dicionário o significado das palavras novas e às vezes fazíamos ditados depois. Quando decidimos encarar a leitura de Harry Potter em inglês durante as férias de verão, invertemos a quantidade de páginas lidas e depois de alguns dias, Klara, sua irmãzinha de três anos, começou a nos acompanhar.
Deixe que eles ajudem na escolha dos livros lidos, faça da ida mensal à livraria uma aventura de caça! E por que não incentivar seus pequenos a criarem suas próprias estórias e lerem juntos depois? Livros podem ser usados para trabalhar novos conceitos e idéias, estimular a imaginação e o pensamento abstrato e nossos pequenos só têm a agradecer! E então? Prontos para embarcar na próxima aventura?
Texto: Marina Ramalho
domingo, 28 de outubro de 2007
Sushi com Feijoada
Dando início, ela fala do seu nascimento como mãe e um pouco sobre participar do Grupo MAAT.
Oi, sou a Flávia, paulistana, casada com o japonês Terumasa, desde Novembro de 2001. Trabalhava como analista de logística em uma firma de comércio exterior no Brasil e larguei tudo pra viver ao lado da pessoa que fez meu coração bater mais forte.
Resolvi engravidar no final de 2003, digo no singular porque maridon queria um bebê “pra ontem”, mas demorei um tempo para me sentir segura para encarar uma gravidez aqui no Japão. Antes, não dominava a língua, não conseguia entender os costumes, enfim, não me sentia confortável para tal "empreendimento". Primeiro precisei lidar com um turbilhão de sentimentos negativos, que não me permitiam criar vínculo com o lugar. Depois de começar a me adaptar ao modo de viver e estar trabalhando como professora assistente de estudos sobre genética e câncer da universidade local foi que me senti preparada para a gravidez. Mal sabia que não estava pronta para a maternidade, coisa nenhuma!
A primeira tentativa não teve sucesso, o feto não se desenvolveu. Senti-me péssima, me achando incapaz até de gerar um filho, mas passados quatro meses da cirurgia, consegui engravidar novamente e finalmente um serzinho começou a crescer no meu ventre, me enchendo de alegria e, por que não, de esperanças por um futuro melhor preenchido?
A gestação seguia maravilhosa, com o filhote (um menino, o que ainda é muito valorizado nessa sociedade paternalista) se desenvolvendo muito bem, até que na 34ª semana de gestação a bolsa se rompeu. Como as clinicas japonesas, de modo geral, só fazem partos vaginais, e são aptas apenas a fazer partos com bebês a partir de
Era a primeira vez em que nevava naquele 23 de Dezembro de 2004 e senti que era um pressagio de que tudo sairia bem. O Caio nasceu com apenas
Durante todo esse tempo, eu levava leite materno todos os dias e podia passar varias horas na UTI, precisando ir embora quando começasse a escurecer. Como o filhote passava o dia e a noite toda no hospital, eu não sabia o que era rotina, nem sobre as necessidades de sono e tudo o mais, além de não ter idéia do que me esperava quando ele tivesse alta. Para piorar, não sabia como dar de mamar, já que ele tomava o meu leite na mamadeira, e nas vezes que eu ia amamentar, levava um bico de silicone pra adaptar ao mamilo, que não estava formado por falta do estimulo da sucção.
Finalmente, Caio teve alta depois de quase um mês de nascido e levamos aquele ser minúsculo pra casa dos meus sogros, onde passamos quase dois meses, já que ainda estava me recuperando do parto e trabalhando. Na época, achava que os bebês dormiam o tempo todo, acordando apenas pra mamar e sem perceber, o meu filhote tinha uma espécie de rotina, porque levávamos ele pra sala assim que acordávamos, dava de mamar (demorei quase 3 meses pra finalmente aprender a dar de mamar sem usar o adaptador de silicone), brincava com ele e a sogra dava banho sempre no mesmo horário.
Quando voltamos para a nossa casa, tive que me virar de repente, cozinhando, cuidando da casa, lavando, passando, enfim, tudo que já fazia antes, mas sem o Caio! Senti-me perdida, não conseguia organizar a casa nem cuidar direito do meu tesouro que começou a trocar o dia pela noite.
Pouco antes dessa época, ao pedir ajuda para conseguir amamentar, em uma comunidade do Orkut, a Catarina (que também está no MAAT) me indicou o Grupo Virtual de Amamentação (outra comunidade do site). Indo ao perfil da Catarina pra agradecer, me deparei pela primeira vez com a comunidade Soluções Para Noites sem Choro. O grupo MAAT foi criado a partir do vínculo de amizade que cresceu aos poucos entre participantes da Soluções e que o orkut e o msn não conseguiam mais dar conta. No grupo, podemos chorar as pitangas, dar risadas e sofrer juntas, como verdadeiras amigas que somos, não só no âmbito virtual.
Sei que aprendi e ainda estou aprendendo a ser mãe aos poucos. Muitas vezes quero sumir, mas ao ver o meu pequeno sorrindo, volto à realidade e percebo o quão sou feliz. Muito, mas muito, feliz.
Beijins.
Flá e cia.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Memórias de uma babá em Notting Hill
Meu coração ainda aperta com as memórias recentes daquelas tardes de sol e suco em Notting Hill. São lembranças doces como framboesas, morango, maçã e frozen yogurt. Lembranças boas, que deixaram um gosto doce que não quer sair da boca, que fazem você ouvir violinos ao fechar os olhos, que fazem você chorar ao pensar em cada momento maravilhoso que foi vivido... E foi em uma daquelas tardes que eu conheci Amália.
Eu nunca tive a intenção de ser babá durante a minha estada no Reino Unido, apesar de sempre ter adorado crianças. Vê-las entrando e saindo do *juice bar* sempre foi divertido, algumas não queriam tomar o suco, outras queriam muito suco, mesmo não sendo capazes de beber tudo, outras gostavam das cores da loja, achavam o ambiente bonito e alegre, pra algumas tomar o smoothie ( espécie de vitamina de fruta congelada) na colher como se fosse sorvete era simplesmente o máximo.
O dia era 13 de agosto de 2003, a cidade fervia de calor, todo mundo queria um suquinho pra refrescar. Aquela não foi a primeira vez que eu vi Amália, pois ela costumava ir à loja todas as tardes com sua mãe, mas lembro muito bem dela tentando entrar na loja com passos desajeitados, camiseta *I love NY* e sabendo muito bem o que queria, me encontrar. Sim, naquele dia eu fiquei sabendo que Amália apontava pra loja toda vez que passava por perto, naquele dia ela completava um aninho, naquele dia Amália bebeu um suco de maçã com framboesa no canudinho pela primeira vez em sua vida e esse momento foi celebrado como um presente.
A partir daí nos tornamos inseparáveis e todas as tardes de primavera, outono e inverno passaram a ser lindas tardes de sol e suco em Notting Hill.
Crônica por Ana Beatriz Gondim
Foto: Digital Vision – Parents and babies
A nova coluna quinzenal do MAAT, assinada por Ana Beatriz Gondim contará um pouco do relacionamento da autora com as crianças das quais cuidou durante dois anos em Londres. A coluna será postada nesta quarta feira por razões excepcionais, mas a partir da próxima semana alternará as segundas feiras com a coluna Enchendo Lingüiça. Aproveitem!
terça-feira, 23 de outubro de 2007
O Lado Negro da Maternidade
Quem nunca viu a mãe entrando no banheiro feminino do shopping, acompanhada pelo filho? É uma cena tão comum, que mesmo ainda levando Rafael ao banheiro feminino, aos 7 anos, ninguém se incomoda. Mas no dia em que eu tive que entrar no banheiro masculino, tudo mudou de figura.
Em uma noite de domingo, após o clássico cinema, seguido de lanche, estávamos caminhando para a saída, quando ouço Rafael, na época com 3 anos, dizer: “Mamãe, quero fazer cocô. E tem que ser agora!”. E, convenhamos, se toda mãe pudesse controlar, faria os filhos só precisarem usar o banheiro de casa.
Chegando na frente da porta do banheiro feminino, nos deparamos com uma placa: “INTERDITADO”. Ainda sugeri que fôssemos até o outro banheiro, mas fica no outro extremo do shopping e Rafael logo me alertou que não conseguiria continuar limpo durante todo o trajeto. Como não tinha alternativa (nem fralda descartável ou cueca limpa para trocar), resolvi invadir o banheiro masculino. Abri a porta, perguntei umas três vezes se tinha alguém lá dentro e, como ninguém respondeu, entramos. Para garantir que nenhum homem apareceria enquanto estávamos lá, Marina, que estava nos acompanhando, ficou na porta.
Enquanto Rafael dava conta de suas necessidades fisiológicas, eu não sabia se ria ou se chorava. Primeiro foram os pedreiros que estavam trabalhando na ampliação do shopping, que me viram lá dentro e começaram a gritar “Tem mulher no banheiro masculino!”, “Ô, fulano, avisa à administração!” e “Moça, não pode entrar aí, viu?”. Até que um deles teve a brilhante idéia de me perguntar o que eu estava fazendo lá e, após eu dar a resposta, me senti brincando de telefone sem fio, já que eles começaram novamente a gritar: “Ela está acompanhando o filho”, “Ah, tem uma criança também, é?” e “Mas o banheiro feminino não está interditado?”. Resumindo: ninguém se entendia e eu não podia apressar Rafael, apesar de nunca ter torcido tanto para que ele resolvesse rápido aquele assunto.
Pouco depois do papo com os pedreiros, entram no banheiro o administrador e um segurança do shopping, dizendo terem estranhado a menina parada na porta, barrando todos os homens. Eles entenderam a situação prontamente e até levaram com bom-humor, afirmando que Marina estava fazendo um ótimo trabalho como segurança e podia até pedir um emprego lá, se estivesse interessada.
Quando, enfim, Rafael terminou a sua “obra”, saímos de lá nos despedindo dos pedreiros. E na volta para casa, Marina ainda revelou que aproveitou a situação para paquerar um dos carinhas que ela tinha barrado na porta do banheiro.
E que a força esteja conosco!
Texto: Sílvia Ribeiro Dantas
Figuras: retiradas da internet
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Psicologia
Quando fui convidada a escrever neste site pensei que tipo de coluna poderia ter. E logo concluí que a única forma que faria isso funcionar para mim seria tentar manter alguma semelhança com que encontro na clínica (notem que eu disse alguma): acolher dívidas, perguntas, desesperos, tristezas e alegrias e não propor soluções. Isso mesmo. As pessoas costumam procurar o psicólogo na esperança de que ele (ou ela) vai dar A resposta, aquela que vai fazer tudo dar certo. Mas psicólogo não tem bola de cristal e não deve sair dizendo aos outros como viver, entre outros motivos, porque não tem como saber o que é melhor para cada um. Essas soluções são encontradas ao longo de um longo trabalho que não visa um final feliz ideal, mas um final possível para cada um. Nesse sentido, o que um psicólogo pode fazer é escutar, devolver questões, propor uma nova forma de enxergar um problema e daí, ver o que acontece.
Então, como o nome diz, essa coluna pretende ser uma “zona de fala livre”, ou seja um espaço para a discussão de vários temas que interessem ao público deste site – as mães que trabalham. E os temas podem ser os mais variados possíveis, porque nem só de filhos vive uma mãe.
Fico esperando então as perguntas, sugestões, histórias que vocês queiram compartilhar!
Até a próxima,
Aline Maia – Psicóloga CRP 13/ 4926
nineb@hotmail.com
Comportamento
A família e o sono das crianças
“Por que tenho que ensinar o bebê a dormir, será que ele não fecha os olhos e dorme quando está com sono?”. Esse questionamento é muito comum entre os pais e mães de recém-nascidos e, talvez, uma das maiores surpresas desse período seja descobrir que o bebê precisa de ajuda para entender que chegou a hora de relaxar.
Nos bebês, o período de sono é mais longo e diferente do que ocorre nas outras etapas da vida, sendo comum que os pais percebam seus filhos ativos, expressivos e emitindo sons, mesmo adormecidos. Como o processo de inibição das atividades motoras ainda está em fase de amadurecimento, os pequenos podem produzir grande variedade de movimentos e expressões faciais, incluindo sorrisos, caretas, gritos e até mesmo frases.
Mas o sono não pode ser encarado apenas pelo lado fisiológico e a forma como a rotina noturna das crianças é conduzida tem um forte componente cultural, fazendo com que sobrem polêmicas. Alguns são a favor de deixar o bebê chorando no berço para ele aprender a dormir só, prática divulgada no livro espanhol Nana, Nenê (Ed. Martins Fontes), de Eduard Stivill e Sylvia de Bejar. Enquanto outros são adeptos de idéias como as do livro Soluções Para Noites Sem Choro (editora M.Books), de Elisabeth Pantley, liberando a cama do casal para os filhos ou encontrando outra forma que agrade a família inteira.
Se aqui no Brasil, o mais aceito é que a criança tenha um quarto só para ela ou que o bebê durma em seu berço desde recém-nascido, em outros países é comum que pais e filhos compartilhem o mesmo espaço por muitos anos. Essa diferença fica clara no depoimento da paulistana Flávia Takamatsu, casada com o japonês Terumasa. Flávia vive no Japão desde abril de 2002 e se dedica a cuidar do filho Caio, atualmente com 2 anos e 10 meses de idade.
“Antes de o Caio nascer, achava que deveria tentar acostumar meu filho a dormir no próprio quarto o quanto antes, em seu bercinho. Não aceitava o fato de que no Japão, o mais comum é o filho dormir entre os pais até mais ou menos 6 anos, pois achava que isso criaria uma dependência muito grande. Só aceitei dormir no futon (edredon típico japonês) durante um período que passei na casa dos sogros, por não ter como levar o berço e a nossa cama para lá.
Quando voltamos para a nossa casa, tive que me virar de repente, cozinhar, lavar, passar, enfim, tudo que já fazia antes, mas sem o Caio. Senti-me perdida! Não conseguia organizar nada, nem cuidar direito do meu tesouro, que começou a trocar o dia pela noite. Nessa época conheci a comunidade no orkut, que debate as idéias do livro ‘Soluções para Noites sem Choro’, na qual fui muito bem acolhida e seguindo as dicas do livro, finalmente consegui implantar uma rotina para o Caio, fazendo com que o sono tivesse alguma regularidade.
A maternidade realmente nos modifica e com isso compreendi que deveria respeitar os anseios do filhote em querer ficar junto a mim e do meu marido, passando a adotar a cama-compartilhada. Fizemos as nossas adaptações, para chegar a um modelo de cama-compartilhada que fizesse o meu marido não ter o receio de machucar o filhote, caso ele dormisse entre nós. Como a proximidade facilitava a amamentação em livre-demanda, posicionamos o berço encostado e no mesmo nível que a nossa cama, porque moramos em uma região com o inverno muito rigoroso e seria inviável deixar o berço encostado na parede gelada. Durante o verão, dormimos no andar de baixo da casa, por fazer muito calor e termos ar-condicionado apenas no piso inferior. Então fazemos como os verdadeiros japoneses, com os seus edredons conjugados.
Hoje nosso filho tem quase 3 anos, continuamos com o berço acoplado à cama, mesmo ele não mamando mais nem acordando durante a noite e pensamos em acostumar o Caio ao próprio quarto quando a nossa nova casa ficar pronta, ainda no final deste ano. Em todo caso, nosso futuro quarto é grande o suficiente para que mais uma cama seja instalada e mais um bercinho, já que planejamos a chegada de uma irmã, ou irmão, para o Caio.
Acho que seguimos um meio-termo entre o método japonês e o brasileiro, japonês porque eles são adeptos a cama-compartilhada, ou futon-compartilhado, e o brasileiro que é o berço, além do quarto em conjunto, ao invés do quarto separado. Enfim, a mestiçagem deu um fruto perfeitamente adaptado.
Aqui no Japão, para que se crie um vínculo maior entre mãe e filho, a amamentação prolongada está sendo amplamente defendida e nada como o futon-compartilhado pra amamentar em livre-demanda, respeitando os ritmos e horários naturais do bebê.
Percebo que aprendi e ainda estou aprendendo a ser mãe aos poucos. Dessa forma, eu, que era tão contra a cama-compartilhada e quarto em conjunto, agora sou defensora ferrenha!”.
O sono é um assunto muito vasto e nas próximas semanas continuaremos abordando as várias nuances desse aspecto do comportamento dos pequenos, como a importância da rotina, o ninar e as sonecas do dia.
Texto: Sílvia Ribeiro Dantas
Fotos: Flávia e Caio Takamatsu
Cama-compartilhada da família Takamatsu
Caio dormindo no futon-compartilhado
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Comportamento

Milhares de estudantes brasileiros viajam para o exterior em programas de intercâmbio todos os anos. A maioria tem como objetivo aperfeiçoar um segundo idioma, além de amadurecer com a nova experiência. Os custos variam dependendo da duração e objetivos dos programas e pesam bastante no momento da escolha.
Nos últimos anos, o Brasil aderiu à uma febre que já é tradicional há muitos anos em países da Europa: O Au pair. O termo francês que significa “troca”,é um programa de trabalho direcionado à jovens em idade universitária, geralmente mulheres, para viver com uma família hospedeira e que em troca de hospedagem, alimentação, curso de idioma e uma ajuda de custo, cuidam das crianças da família. O programa tem como principal atrativo o valor, tendo em vista que o estudante receberá a mesada durante sua estadia, e a duração, geralmente um ano. Entre as brasileiras, o país mais popular são os Estados Unidos, mas cresce cada vez mais a procura por destinos como França, Alemanha, Holanda e países da Escandinávia.
O perfil dos brasileiros que buscam este programa é de mulheres entre 18 e 26 anos, em sua maioria estudantes universitárias oriundas de famílias de classe média que buscam um programa de baixo custo e maior duração. Este foi o caso de Corina Braúna, que trancou o curso de direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte para se aventurar como au pair no estado de Nova Iorque, nos EUA.
“Quando decidi me inscrever no programa au pair eu tinha 21 anos e estava desesperada por uma experiência longa fora do país. Me dirigi à agencia que no futuro viria ser a de minha escolha por acaso. Eles me informaram sobre o programa, e confesso, que à primeira vista me tornar uma babá em um país estrangeiro me assustou. Deixei a idéia de lado, ate que seis meses mais tarde, uma das minhas amigas de faculdade e emprego foi, e acabou adorando o programa. Ela, como eu, ficou 18 meses, ao invés de 12, tanto foi o sucesso da estadia.”
Infelizmente nem todas as experiências são tão positivas. Pelo menos um terço dos participantes do programa abandona a experiência antes do tempo determinado. A maioria se queixa de problemas de adaptação com a família hospedeira, muitos outros acusam a agência de vender o programa de forma errada. Este foi o caso de uma estudante que prefere não ser identificada, que diz que a empresa que procurou não sabia realmente do que se tratava o programa, não a auxiliou ao preencher a documentação e tampouco deu assistência quando a jovem passou por problemas durante sua estada.
“Para quem vê de fora, poderia atribuir a culpa à mim... Mas eu me esforcei muito para dar certo e minhas amigas que estavam lá sabem disso. A agência não se mostrou nem um pouco interessada em saber as verdades sobre o que realmente aconteceu.”
O mais importante a ser lembrado é que o programa de au pair é um programa de trabalho e como qualquer emprego requer maturidade e responsabilidade principalmente porque requer cuidado com crianças, em sua maioria em idade pré-escolar. Será que vale a pena o sacrifício? Segundo Corina, a experiência foi uma vivência incrível: “ (...) aprendi mais sobre mim mesma e minhas capacidades - graças às crianças. Amo muito as minhas, e não trocaria a experiência ganha por nada. Se aos 21 anos eu imaginasse o que é o programa de verdade, eu ainda escolheria vir para os Estados Unidos como au pair, e recomendo o mesmo a quem me consulta a respeito.”
E então? Se aventura?
Para quem deseja saber mais sobre o programa:
http://www.culturalcare.com/
www.ci.com.br/aupair
Blogs de au pairs:
http://www.aupairecia.weblogger.terra.com.br/
http://lepetitmortlover.blogspot.com/
http://fabulosodestino.wordpress.com/
texto: Marina Ramalho
terça-feira, 16 de outubro de 2007
O Lado Negro da Maternidade
O Lado Negro da Maternidade será um espaço dedicado a dar uma visão divertida a algumas das situações constrangedoras, pelas quais todas as mães são obrigadas a passar. Algumas vezes sentimos vontade de sumir na hora, mas quando tudo se resolve, é ótimo saber que teremos histórias divertidas para contar aos rebentos, quando eles já não forem mais tão pequenos.
Mas vou deixar de papo-furado e começar a contar o primeiro “causo”, que foi quando descobri que a maternidade realmente transforma a mulher. Nem sempre da forma como ela imaginava...
Quando Rafael nasceu, eu tinha 21 anos, um pouquinho de experiência de vida e muitas expectativas acerca da maternidade, mas posso garantir que, entre elas, não estava a de me transformar em uma espécie de “cabide humano”.
Saí da maternidade no dia seguinte ao nascimento do meu filhote, já carregando bolsas cheias de roupas, lembrancinhas e presentes de alguns amigos. Meus pais me acompanharam na volta para casa e, claro, o vovô orgulhoso quis levar Rafael no colo. Naquele momento percebi que nunca mais conseguiria sair de casa sem levar sequer uma sacolinha a tiracolo.
E a minha previsão se confirmou... a cada ida à esquina, a bagagem era enorme! Depois do nascimento de Carolina, hoje com pouco mais de 3 anos, me via pedindo a Deus pra fazer nascer mais uns quatro braços, para que eu conseguisse dar conta de transportar tantos objetos ao mesmo tempo!
Em uma das clássicas cenas da “mãe cabide”, me percebi no shopping, empurrando o carrinho
São momentos como esses que me ensinam o quanto estar no carro, olhar pra trás e ver aquelas duas figurinhas sentadas, já com o cinto de segurança, proporciona uma imensa satisfação e sentimento de dever cumprido, podendo ser comparado a uma medalha olímpica!
Texto: Sílvia Ribeiro Dantas
Foto: Sílvia e seus pimpolhos.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Enchendo Linguiça
Entre compromissos de trabalho, afazeres domésticos e cuidados com os filhos, a maioria dos pais sente que seu tempo com os pequenos acaba ficando bastante comprometido. Mas quando este tempo “livre” surge, a maioria se vê sem saber como aproveitá-lo de forma prazerosa com os filhos. Durante dois anos trabalhei como au pair, uma espécie de babá, nos EUA e Alemanha, e precisava procurar soluções criativas e divertidas de gerenciar meu tempo com as crianças independente do clima. Quinzenalmente irei dividir o que aprendi com a difícil experiência de entreter crianças como profissão!
Perto de quem come e longe de quem trabalha, dizia a minha mãe sempre que eu chegava perto da cozinha. Talvez seja esta a razão do verdadeiro fascínio que desenvolvi por culinária, e quando mais tarde comecei a trabalhar com crianças, percebi que é uma atividade que costuma encantá-las.
Crianças gostam de se envolver completamente nas atividades que participam, portanto permita que elas misturem ingredientes, moldem biscoitos, untem panelas, guardem utensílios (aliás, excelente momento para ensiná-las a ajudar). Certo nível de bagunça é sempre esperado, afinal nossos pequenos “chefs” ainda não conseguem conter sua excitação e pequenos acidentes como farinha e leite derramados pela bancada podem ocorrer. Leve na esportiva e incentive-os a limpar.
A seguir, uma receita bem simples que certamente vai entreter seus pequenos:
Ingredientes: 200 grs de margarina
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento
1 pitada de sal
1 ovo
1 xícara de chocolate picado
Farinha de trigo
Misture a margarina e o açúcar, acrescentando em seguida o fermento, o sal e o ovo. Adicione o chocolate (Outras opções são: M&M’s, castanhas ou passas) e após misturar, vá adicionando a farinha até dar o ponto. Na hora de moldar, deixe que as crianças ajudem! Uma boa idéia é comprar cortadores de biscoito em formatos diferentes, eles adoram! Enquanto os pequenos moldam os biscoitos, pré aqueça o forno e coloque os biscoitos na forma sem untar. O tempo de cozimento é em média 15 minutos ou até os cookies dourarem. Um copo de leite vai muito bem com cookies quentinhos! Divirtam-se!
Texto: Marina RamalhoFoto: Retirada da internet